“ Tudo sobre o que não
gostei parece estar marginalizado e sem pernas. Mas, na maior parte do tempo,
qualquer um e qualquer coisa ainda vão saber que
deuses e astronautas não
podem ser misturados.”
Todos que me conhecem sabem o quanto aprecio o
aroma do café logo pela manha. Hoje, porém me perdi nos lençóis pensando que
ela estaria em algum lugar perto dali, com esse olhar doce. Chamei mas não
respondeu. E no silêncio profundo, podia ouvir o som das folhas caindo das
bétulas em queda vertiginosa rumo ao solo, como os doces beijos que me dedica.
Se você fosse uma folha, gostaria de poder ser o sol para aparecer em meios às
nuvens dispersando a neblina e condensando as gotas do orvalho depositada em
você como os mais doces beijos em todo o perfil do corpo suave. Entre a revoada
de pássaros do arrebol, aturdido com o turbilhão de gorjeios percebi que o seu
nome soou entre as cores do arco iris, agora com uma dúzia de tons divididos em
luzes angelicais sobre as brasas que queimam como o fogo da paixão consumindo
outonos e confundindo todas as cartas do baralho num festival de naipes
suspirando pelo dia de amanhã.
Já me disse que não vai querer mudar nada e isso
é bom. Já me acostumei com o gosto do pão com manteiga e de um fim de semana
sem nada para fazer. Também já estava acostumado a voltar sempre para o mesmo
lugar, todos os dias, todas as horas em todas as posições. Ai vem você, doce
Jully, e olha para mim desnudando minha alma, desconstruindo todas as palavras
que pensei jamais poder dizer. Sabe que a solução não esta na adjacência das
miragens que aumentam as conchas de madrepérola, matrizes dos sonhos de minha
alma. Bom quando olha assim para o meu
interior desnudado e vê entre outros tantos eus lá inquilinos um especial que a
agradou. Melhor ainda que esse fosse o último dia de ontem, depois do que os
amanhãs sempre serão mais alegres e coloridos. Bom mesmo, doce Jully, quando
você olha para mim como se estivesse livrando do passado e não quer mais ver
outras sombras, respirando arfante como os raios da estrela no frio polar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário